Martinho
Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha. Foi
criado em Mansfeld. Na sua fase estudantil, foi enviado às escolas de
latim de Magdeburg(1497) e Eisenach(1498-1501). Ingressou na
Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes (1502) e
de mestre em artes (1505).
Seu
pai, um aldeão bem sucedido pertencente a classe média, queria que
fosse advogado. Tendo iniciado seus estudos, abruptamente, os
interrompeu entrando no claustro dos eremitas agostinianos em Erfurt. É
um fato estranho na sua vida, segundo seus biógrafos.
Alguns historiadores dizem que este fato aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quase foi atingido por um raio. Foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Foi consagrado padre em 1507.
Alguns historiadores dizem que este fato aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quase foi atingido por um raio. Foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Foi consagrado padre em 1507.
Entre
1508 e 1512, fez preleções de filosofia na Universidade de
Wurtenberg, onde também ensinou as Escrituras, especializando-se nas
Sentenças de Pedro Lombardo. Em 1512 formou-se Doutor em Teologia.
Fazia
conferências sobre Bíblia, especializando-se em Romanos, Gálatas e
Hebreus. Foi durante este período que a teologia paulina o influenciou,
percebendo os erros que a Igreja Romana ensinava, à luz dos
documentos fundamentais do cristianismo primitivo.
Lutero
era homem de envergadura intelectual e habilidades pessoais. Em 1515,
foi nomeado vigário, responsável por onze mosteiros. Viu-se envolvido
em controvérsias com respeito a venda de indulgências.
Suas Lutas Pessoais.
Lutero
estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido
em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também
estava envolvido em questões pessoais quanto à salvação pessoal. Sua
vida monástica e intelectual não forneciam resposta aos seus anseios
interiores, às suas aflitivas indagações.
Seus
estudos paulinos deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente
diante da afirmação "o justo viverá pela fé", Romanos 1:17. Percebia
ele que a Lei e o cumprimento das normas monásticas, serviam
tão-somente para condenar e humilhar o homem, e que nesta direção não
se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma.
Martinho
Lutero, estava trabalhando em "repensar o evangelho". Sendo monge
agostiniano, fortemente influenciado pela teologia desta ordem
monástica, paulina quanto aos seus pontos de vista, Lutero estava
chegando a uma nova fé, que enfatizava a graça de Deus e a justificação
pela fé.
Esta
nova fé tornou-se o ponto fundamental de sua preleções. No seu
desenvolvimento começou a criticar o domínio da filosofia tomista sobre
a teologia romana. Ele estudava os escritos de Agostinho, Anselmo e
Bernardo de Claraval, descobrindo nestes, a fé que começava a
proclamar. Staupitz, orientou-o para que estudasse os místicos, em
cujos escritos se consolou.
Em
1516, publicou o devocionário de um místico desconhecido, "Theologia
Deutsch". Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, e tornou-se um
pregador popular, proclamando a sua nova fé. Opunha-se a venda de
indulgências comandada por João Tetzel.
As Noventa e Cinco Teses.
Inspirado
por vários motivos, particularmente a venda de indulgências, na noite
antes do Dia de Todos os Santos, a 31 de outubro de 1517, Lutero
afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas,
intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que
as indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais
impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a
compra das indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra
maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições temporais.
Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório.
Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente
pelos cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática
apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal.
João
Eck, denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo
fosse condenado e excluído do Igreja Romana. Silvester Mazzolini, padre
confessor do papa, concordou com o parecer condenatório de Eck, dando
apoio a este contra o monge agostiniano.
Em
1518. Lutero escreveu "Resolutiones", defendendo seus pontos de vista
contra as indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa.
Entretanto, o livro não alterou o ponto de vista papal a respeito de
Lutero. Muitas pessoas influentes se declararam favoráveis a Martinho
Lutero, tornando-se este então polemista popular e bem sucedido. Num
debate teológico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido
ao defender suas idéias.
Reação Papal.
A
7 de agosto de 1518, Lutero foi convocado a Roma, onde seria julgado
como herege. Mas apelou para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu
julgamento foi realizado em território alemão em 12/14 de outubro de
1518, perante o Cardeal Cajetano, em Augsburg. Recusou-se a retratar-se
de suas idéias, tendo rejeitado a autoridade papal, abandonando a
Igreja Romana, o que ficou confirmado num debate em Leipzig com João
Eck, entre 4 e 8 de julho de 1519.
A
partir de então Lutero declara que a Igreja Romana necessita de
Reforma, publica vários escritos, dentre os quais se destaca "Carta
Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã Sobre a Reforma do Estado
Cristão". Procurou o apoio de autoridades civis e começou a ensinar o
sacerdócio universal dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e
os homens, e a autoridade exclusiva das Escrituras, em oposição à
autoridade de papas e concílios. Em sua obra "Sobre o Cativeiro
Babilônico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo da Igreja. Dizia que
pelas Escrituras só podem ser distinguidos dois sacramentos o batismo
e a Ceia do Senhor. Opunha-se à alegada repetida morte sacrificial de
Cristo, por ocasião da missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade
Cristã", ele apresentou um estudo sobre a ética cristã baseada no amor.
Lutero obteve grande popularidade entre o povo, e também considerável influência no clero.
Em
15 de julho de 1520, a Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine,
que ameaçava Lutero de ser excomungado, a menos que se retratasse
publicamente. Lutero queimou a bula em praça pública. Carlos V,
Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os livros de Lutero
em praça pública.
Lutero
compareceu a Dieta de Worms, de 17 a 19 de abril de 1521. Recusou-se a
retratação, dizendo que a sua consciência estava presa à Palavra de
Deus, pelo que a retratação não seria seguro nem correto. Dizem os
historiadores que concluiu a sua defesa com estas palavras : "Aqui
estou; não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém".
Respondendo a Dieta em 25 de maio de 1521, formalizou a excomunhão de
Martinho Lutero, e a Reforma nascente também foi condenada.
Influência Política e Social
Por
medidas de precaução, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o
Sábio, cerca de 10 meses. Teve tempo de trabalhar na tradução do Novo
Testamento para a língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532.
Com a ajuda de Melancton e outros, a Bíblia inteira foi traduzida, e,
então, foi publicada em 1532. Finalmente, essa tradução unificou os
vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.
Tem-se
dito que Lutero foi o verdadeiro líder da Alemanha, de 1521 até 1525.
Houve a Guerra dos Aldeões em 1525, das classes pobres contra os seus
líderes. Lutero tentou estancar o derramamento de sangue, mas, quando
os aldeões se recusaram a ouvi-lo, ele apelou para os príncipes a fim
de restabelecerem a paz e a ordem.
Fato
notável foi o casamento de Lutero, com Catarina von Bora, filha de
família nobre, ex-freira cisterciana. Tiveram seis filhos, dos quais
alguns faleceram na infância. Adotou outros filhos. Este fato serviu
para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido
adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
Houve
controvérsia entre Lutero e Erasmo de Roterdã, que nunca deixou a
Igreja Romana, por causa do livre-arbítrio defendido por este. Apesar
de admitir que o livre-arbítrio é uma realidade quanto a coisas
triviais, Lutero negava que fosse eficaz no tocante à salvação da alma.
Outras Obras.
Em
1528 e 1529, Lutero publicou o pequeno e o grande catecismos, que se
tornaram manuais doutrinários dos protestantes, nome dado aqueles que
decidiram abandonar a Igreja Romana, na Dieta de Speyer, em 1529.
Juntamente
com Melancton e outros, produziu a confissão de Augsburg, que sumaria
a fé luterana em vinte e oito artigos. Em 1537, a pedido de João
Frederico, da Saxônia, compôs os Artigos de Schmalkald, que resumem
seus ensinamentos.
Enfermidade e Morte.
Os
últimos dias de Lutero tornaram-se difíceis devido a problemas de
saúde. Com freqüência tinha acesso de melancolia profunda. Apesar disso
era capaz de trabalhar tenazmente. Em 18 de fevereiro de 1546, em
Eisleben, teve um ataque do coração, vindo a falecer.
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